Os Malefícios do Narguilé: Uma Análise Completa com Comparação ao Cigarro

O narguilé, também conhecido como shisha ou hookah, é um dispositivo tradicional usado para fumar tabaco aromatizado, amplamente popular em diversas culturas, especialmente no Oriente Médio, e que ganhou adeptos no mundo todo, incluindo o Brasil. Muitas vezes associado a momentos de socialização e relaxamento, o narguilé é erroneamente percebido como uma alternativa menos nociva ao cigarro tradicional. No entanto, evidências científicas mostram que seu uso traz riscos significativos à saúde, muitas vezes equiparáveis ou até superiores aos do cigarro. Neste artigo, exploraremos o que é o narguilé, seus malefícios e uma comparação direta com o cigarro tradicional.

O que é o Narguilé?

O narguilé é um dispositivo composto por uma base cheia de água, um tubo (mangueira), um recipiente para o tabaco (rosh) e uma fonte de calor, geralmente carvão, que queima o tabaco aromatizado, conhecido como essência ou melado. O fumo passa pela água antes de ser inalado, o que cria a falsa impressão de que é "filtrado" e, portanto, menos prejudicial. As essências são feitas de tabaco misturado com melaço e aromatizantes, oferecendo sabores como frutas, menta ou chocolate, o que atrai especialmente jovens.

Uma sessão típica de narguilé pode durar de 30 minutos a uma hora, muito mais tempo do que o consumo de um cigarro, resultando em uma exposição prolongada às substâncias tóxicas. Apesar de sua estética atraente e da aura de tradição, o narguilé não é inofensivo, e seus efeitos à saúde são alarmantes.

Os Males Causados pelo Narguilé

O uso do narguilé está associado a diversos riscos à saúde, muitos dos quais são comparáveis ou até piores do que os do cigarro tradicional. Aqui estão os principais malefícios:

1. Exposição a Substâncias Tóxicas
   O tabaco do narguilé, mesmo aromatizado, contém nicotina, alcatrão, monóxido de carbono e metais pesados, como chumbo e arsênio. O carvão usado para aquecer o tabaco também libera toxinas adicionais, como benzeno e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, que são cancerígenos. Estudos mostram que uma sessão de narguilé pode gerar um volume de fumaça equivalente a 100 cigarros ou mais, devido à duração prolongada e à quantidade de tabaco consumido.
2. Dependência de Nicotina
   Assim como o cigarro, o narguilé contém nicotina, uma substância altamente viciante. Embora a concentração varie conforme a essência, o uso frequente pode levar à dependência química, especialmente entre jovens que subestimam os riscos por causa dos sabores agradáveis.
3. Danos ao Sistema Respiratório
   A inalação prolongada de fumaça do narguilé causa irritação nas vias respiratórias, aumentando o risco de doenças como bronquite crônica, asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). A passagem da fumaça pela água não elimina as toxinas, como muitos acreditam, apenas resfria o vapor, tornando a inalação mais profunda e perigosa.
4. Riscos Cardiovasculares
   O monóxido de carbono presente na fumaça reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio, enquanto a nicotina eleva a pressão arterial e a frequência cardíaca. Estudos associam o uso regular de narguilé a um maior risco de doenças cardíacas, como infarto e aterosclerose.
5. Risco de Câncer
   Os compostos cancerígenos liberados pelo tabaco e pelo carvão, como o benzopireno, estão ligados a cânceres de pulmão, boca, garganta e laringe. A exposição prolongada em sessões de narguilé amplifica esse risco em comparação ao uso esporádico de cigarros.
6. Transmissão de Doenças Infecciosas
   O compartilhamento da mangueira entre usuários, comum em sessões sociais, facilita a transmissão de doenças como herpes, hepatite e até infecções respiratórias, como tuberculose. Esse risco não existe no uso individual de cigarros.
7. Impacto na Saúde Bucal
   O fumo do narguilé pode causar doenças periodontais, cáries e mau hálito, além de aumentar o risco de câncer oral, devido ao contato direto com toxinas.

Comparação entre Narguilé e Cigarro

Para esclarecer as diferenças e semelhanças, aqui está uma comparação direta entre o narguilé e o cigarro tradicional:

Embora ambos utilizem tabaco e gerem fumaça tóxica, o narguilé se destaca pela quantidade de fumaça inalada em uma única sessão, o que pode superar em muito o impacto de um cigarro isolado. O cigarro, por sua vez, tem um perfil de risco mais estudado e previsível, enquanto o narguilé combina os perigos do tabaco com os do carvão e do uso prolongado, tornando-o uma ameaça subestimada.

Conclusão

O narguilé, apesar de seu apelo cultural e da ilusão de ser menos nocivo, apresenta malefícios graves à saúde, muitas vezes comparáveis ou superiores aos do cigarro tradicional. A combinação de exposição prolongada a toxinas, risco de dependência, danos respiratórios e cardiovasculares, além do potencial de transmissão de doenças, desmente a ideia de que é uma alternativa segura. Comparado ao cigarro, o narguilé pode ser ainda mais perigoso em termos de volume de fumaça e tempo de uso, desafiando a percepção popular.

Para quem busca evitar riscos à saúde– seja por prazer ou socialização – a melhor escolha é abandonar tanto o narguilé quanto o cigarro, optando por hábitos que não comprometam o bem-estar a curto ou longo prazo. A ciência é clara: o narguilé não é um passatempo inofensivo, mas sim um hábito com consequências potencialmente devastadoras.